quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Importância dos Meteoritos



Não percebo porque tenho de andar a estudar meteoritos! Poeiras das estrelas! Esta do prof está boa! Ele de facto tem cada uma!

É verdade que gosto da poesia, mas de facto os meteoritos são mesmo importantes!


A importância do estudo dos meteoritos reside essencialmente no conjunto vasto
de informações que eles nos podem fornecer no que respeita aos processos que se
passaram na origem do sistema solar e nas fases iniciais da evolução planetária, antes do
registo geológico que está disponível sobre a Terra e nos planetas siliciosos. O carácter
primitivo, pouco ou nada alterado, dos condritos torna-os nas rochas fundamentais para
o estudo do material primordial que formou os planetas e que nestes rapidamente
evoluiu para diferentes fases. Registam ainda evidência de alguns processos astrofísicos
que ocorreram antes da formação do sistema solar.

Os condritos apresentam uma composição próxima da do Sol, o que parece ser
consistente com a ideia de uma origem primitiva (na nébula solar) e inconsistente com o
facto de terem experimentado fusão e fraccionação ígnea.

Os estudos realizados em meteoritos carbonáceos nitidamente que estes meteoritos são amostras do material planetário formadas ao mesmo tempo que o Sol e que nunca sofreram fusões totais.

Um conjunto grande de evidências teóricas (termodinâmicas) e de observação microscópica (mineralógico-texturais) atestam que os condritos se formaram na nébula solar por condensação de um gás de composição solar de acordo com a hipótese nebular actual.

Esta hipótese considera que o Sol se formou directamente do processo de concentração de uma nuvem de gás e poeira, ao mesmo tempo que uma nuvem protoplanetária se estabeleceu à sua volta, tendo esta arrefecido da periferia para o centro. O curioso é que estes modelos termodinâmicos encontram uma correspondência enorme nas inclusões refractárias, ricas em cálcio e alumínio de alguns condritos carbonáceos, como o meteorito de Allende, onde é possível identificar as diferentes fases que se dispõe conforme a cristalização preconizada.

Outro aspecto importante no estudo dos meteoritos é o facto de eles apresentarem um registo isotópico de distintas fontes astrofísicas que contaminaram a nébula solar, assim como inequívocos grãos de diamente e de carboreto de silício de origem pré-solar. Com base nos diferentes tipos de carbono e de outros tipos de isótopos marcadores, é possível dizer que três tipos são locais e as suas propriedades podem ser explicadas por processos no sistema solar inicial. Os outros são exóticos e a sua origem é revelada pela composição isotópica do carbono ou pelas anomalias de gases raros que carregam, não havendo a mínima dúvida que a sua formação antecedeu os processos que se passaram na nébula solar. Assim, diferentes populações de carbono e os seus marcadores, representados por disitintas populações isotópicas de gases raros, mostram que nucleossínteses típicas de estrelas tipo "nova", "gigante vermelha" e "supernova"
contaminaram a nuvem que veio a dar origem ao Sol e aos planetas.
Podemos dizer que estes diferentes tipos de carbono são marcas da actividade de distintas fontes estelares, verdadeira poeira das estrelas preservada nos meteoritos.
Actividade de um tempo em que a Terra e o sistema solar ainda não existiam.

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