sábado, 20 de dezembro de 2008

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Isostasia



Eis um bom tema para sair em exame de 10º/11º ano. Tem tudo para dar um bom exercício.

(...)Em zonas montanhosas, a erosão rebaixa o relevo entre l m e 1,5 m de material em cada 1000 anos.
A este ritmo, até o monte Evereste teria sido aplanado ao nível do mar em cinco a oito milhões de anos. As coisas, contudo, não são assim tão simples, porque à medida que uma montanha é erodida e as suas encostas se tornam menos íngremes, a taxa de erosão também diminui.

Em parte por esta razão, o monte Evereste e o resto da cordilheira dos Himalaias continuarão a existir (embora de forma reduzida) durante bastante mais tempo do que o sugerido pelas actuais taxas de erosão. Mas, mesmo mais importante é o facto de as montanhas serem um pouco como navios no mar: se tirarmos parte da carga, o navio flutua melhor. Da mesma maneira, quando a erosão elimina material de um cume montanhoso, a crosta «flutua» um pouco mais acima, em relação ao manto.

Se a erosão remover um metro de rocha, a resposta da Terra à redução de peso é uma subida e a diminuição real na elevação é de apenas 20 cm. Por esta razão, uma cadeia montanhosa de grandes dimensões demora provavelmente 50 ou 60 milhões de anos a ser reduzida a uma altura próxima do nível do mar - ainda um período de tempo não particularmente longo, em termos geológicos.

As montanhas Rochosas, os Alpes, os Himalaias, todos acabarão por desaparecer, mas deixarão atrás de si um significativo registo da sua formação, nas rochas que sobreviverem.(...)

(...) O gelo não é uma substância particularmente densa, mas um glaciar com 3 km de espessura acrescenta um peso tremendo à crosta terrestre.

Tal como a remoção de materiais pela erosão em regiões montanhosas faz com que a crosta suba, a adição de peso fá-la descer. As rochas da superfície da Gronelândia Central, actualmente, estão comprimidas aproximadamente até ao nível do mar devido ao peso da calota polar. O gelo tem cerca de um terço da densidade das rochas do manto, pelo que a adição de 3 km de gelo à crosta deveria, como compensação, fazê-la descer cerca de l km para o interior plástico do manto. Na realidade, o efeito pode não ser tão grande, porque o manto, embora flexível, é muito viscoso. As respostas à alteração da massa de gelo glaciário, tanto a descida como a ascensão, são lentas.


Contudo, na Escandinávia, na América do Norte (na zona em redor da baía de Hudson) e noutros locais de grandes acumulações de gelo, a crosta foi bastante comprimida no ponto máximo da espessura de gelo. À medida que o gelo recuava durante o actual período interglaciário, a crosta subiu outra vez, mas devagar.

Em certos locais esta ascensão está ainda em curso. Embora o nível do mar também tenha subido, devido à fusão dos grandes lençóis de gelo, numa parte dos locais a Terra estava a subir ainda mais depressa, e continuou a fazê-lo mesmo depois da desaparição do gelo, daí resultando muitas vezes uma série de praias elevadas, antigos pontos da orla costeira que estão agora bem acima do nível do mar. Tal como outras características glaciarias, estas praias foram bem estudadas, mostrando claramente os locais onde esteve o gelo mais espesso, porque são essas as regiões que foram mais comprimidas e que depois se elevaram mais acentuadamente. Em muitos casos as praias elevadas também foram datadas, usando o método do carbono 14 em pedaços de madeira e outra matéria orgânica que elas continham, e a partir desta informação foi possível calcular a taxa de ascensão. Um exemplo clássico, mostrado na, é o da Escandinávia.

Linhas de praia elevadas e outros indícios mostram que a crosta na Escandinávia recuou substancialmente desde a fusão do gelo do último auge glaciaria. Os contornos mostram a ascensão em metros e ilustram claramente onde a acumulação de gelo era maior. Adaptado da Figura 19-30 de Earth (Terra), 4." edição, de F. Press e R. Siever. W. H. Freeman and Co., 1986.

Utilizou-se praias elevadas e outros acidentes para constituir um perfil da ascensão da crosta desde a fusão do gelo, iniciada há cerca de 10 000 anos e ainda em curso.

Uma História (Breve) do Planeta Terra. J.D MacDougall. Notícias editorial.

Power Point (Tema 3) - Gravimetria





Para explorar a aplicação :

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Geosfera - Hidrosfera - Atmosfera - Biosfera

Está tudo neste filme.



Era uma vez, no Norte da Tanzânia, um lago de fogo chamado Natron (http://pt.wikipedia.org/wiki/Lago_Natron), um dos últimos santuários da Terra, berço da vida de um milhão de flamingos.Neste ambiente hostil e selvagem, mergulhe no coração da extraordinária aventura de um bébé flamingo com um destino fora do comum.Desde a sua nascença até à idade adulta, um périplo incrível espera-o, recheado de perigos, onde o clima e os grandes predadores são obstáculos que será necessário vencer para cumprir o ciclo da vida.Um dos últimos mistérios do nosso Planeta e uma história que só a Natureza nos pode contar...

Realizado por Matthew Aeberhard, Leander WardFilme americano.
Género : Documentário
Ano de produção : 2008
Título original : The Crimson Wing
Distribuído por Walt Disney Studios Motion Pictures France

Pedra de Roseta



Os meteoritos são verdadeiras "pedras de Roseta", carregadas de informações acerca da história do Sistema Solar.
Embora existam muitas variedades de meteoritos, alguns deles parecem inalterados desde a sua formação, há cerca de 4,5 biliões de anos, mais ou menos quando a Terra se formou.
Na verdade, é provável que sejam praticamente iguais à matéria que se aglutinou para formar o nosso planeta.
Os meteoritos mais antigos, os condritos, julga-se serem fragmentos de matéria da cintura de asteróides que se encontram entre Marte e Júpiter. São compostos, essencialmente, por minerais vulgares nas rochas da Terra, mas também por ferro metálico, muito raro enquanto substância natural na superfície da Terra.
O ferro fundo a uma temperatura mais baixa do que a maioria dos minerais mais vulgares. A maior parte do ferro metálico que foi trazido para a Terra, proveio dos condritos, que durante o processo de acreção, fundiu, mergulhando em direcção ao centro do Planeta e formando o núcleo.
Porque a Terra tem regiões quimicamente diferentes, como o núcleo, o manto e a crosta, e porque apenas conseguimos amostras adequadas da região exterior, determinar a composição química geral do Planeta tem-se revelado uma tarefa difícil.
Os condritos, contudo, podem ser analisados em laboratório. Se eles são realmente representativos da matéria que se acumulou e formou a Terra, então bastará analisá-los para determinar a composição química da Terra - uma possibilidade realmente assombrosa.
Existem provas que os condritos são representativos da matéria solar que deveria ser o constituinte principal da Terra.
Estas provas derivam do estudo do Sol, que, por conter a quase toda a massa do Sistema Solar, é naturalmente a matéria mais abundante nesse sistema. Analisando a luz emitida pelo Sol, obtivemos muita informação acerca da sua composição química.
A quantidade relativa da maioria dos elementos dos condritos é quase exactamente a mesma do Sol (excepção para os gases), uma boa indicação de que estes materiais não sofreram nenhum fraccionamento químico significativo.
Combinando a informação obtida nos meteoritos, com o conhecimento da densidade do interior da Terra, conseguida pelos estudos sísmicos, foi possível não só fazer uma estimativa da composição química geral do Planeta, mas até determinar a constituição de regiões que nunca foram estudadas directamente, como o manto profundo e o núcleo.
Daí poderem ser consideradas verdadeiras "pedras de Roseta".
E o que é a Pedra de Roseta?
Aumenta a tua literacia : Pedra de Roseta.
Fonte utilizada no post :
Uma História (breve) do Planeta Terra - J.D.Macdougall. Notícias editorial

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Tempo




Quando era mais novo (datação relativa), gostava de ouvir o tema "Time" dos Pink Floyd. Sobretudo em dias de chuva e cinzentos. "... The sun is the same in the relative way, but you´re older. Shorter of breath and one day closer to death..."


Vem este assunto a propósito do Tempo Geológico e do problema de zeros!!

A unidade de tempo em geologia é, por convenção, o milhão de anos, ou seja, dez mil séculos.

Por convenção 1 Ma = 1 000 000. Nos manuais por vezes aparece ainda 1 G.a, ou seja 1 bilião de anos (1 seguido de nove zeros). Ainda nos manuais, aparece mil milhões de anos! Nada de desesperar mil milhões de anos, é ... 1 G.a., ou seja 1 com nove zeros.


Voltando ao nosso 1 Ma, como dizia um meu professor da faculdade, "para aqueles senhores ali da faculdade ao lado" (referia-se aos colegas da Faculdade de Letras, leia-se História), 1 Ma são dez mil séculos. Trata-se, pois, de um intervalo de tempo muitíssimo grande para a nossa condição humana mas que insignificante, desprezível, face às eras mais recuadas.

"Um milhão de anos a mais ou menos nos primórdios da vida sobre a Terra representa o mesmo grau de indefinição (ou de aproximação) que o “mais ano menos ano” na história do velho Egipto, ou que o “mais ou menos um dia” nos anos das nossas vidas. " in the relative way

Mas o problema destes números piora se o artigo for em língua inglesa, isto por causa dos "bilions" (bilião).
É normal os alunos do ensino básico e secundário sofrerem deste "trauma" dos números.
No mesmo manual aparece escrito por vezes 600 Ma, depois a Terra formou-se há 4,5 mil milhões de anos, e numa tabela vem referência a giga-anos. E o tema complica-se para os jovens de sétimo ano.

Talvez exista o objectivo de mostrar aos nossos alunos que o tempo geológico é complicado, mostrando que é mais fácil acreditar em James Ussher e considerar que a Terra teve a sua criação às nove horas da manhã do dia 26 de Outubro de 4004 a.C. !