Os meteoritos são verdadeiras "pedras de Roseta", carregadas de informações acerca da história do Sistema Solar.
Embora existam muitas variedades de meteoritos, alguns deles parecem inalterados desde a sua formação, há cerca de 4,5 biliões de anos, mais ou menos quando a Terra se formou.
Na verdade, é provável que sejam praticamente iguais à matéria que se aglutinou para formar o nosso planeta.
Os meteoritos mais antigos, os
condritos, julga-se serem fragmentos de matéria da cintura de asteróides que se encontram entre Marte e Júpiter. São compostos, essencialmente, por minerais vulgares nas rochas da Terra, mas também por ferro metálico, muito raro enquanto substância natural na superfície da Terra.
O ferro fundo a uma temperatura mais baixa do que a maioria dos minerais mais vulgares. A maior parte do ferro metálico que foi trazido para a Terra, proveio dos condritos, que durante o processo de acreção, fundiu, mergulhando em direcção ao centro do Planeta e formando o núcleo.
Porque a Terra tem regiões quimicamente diferentes, como o núcleo, o manto e a crosta, e porque apenas conseguimos amostras adequadas da região exterior, determinar a composição química geral do Planeta tem-se revelado uma tarefa difícil.
Os condritos, contudo, podem ser analisados em laboratório. Se eles são realmente representativos da matéria que se acumulou e formou a Terra, então bastará analisá-los para determinar a composição química da Terra - uma possibilidade realmente assombrosa.
Existem provas que os condritos são representativos da matéria solar que deveria ser o constituinte principal da Terra.
Estas provas derivam do estudo do Sol, que, por conter a quase toda a massa do Sistema Solar, é naturalmente a matéria mais abundante nesse sistema. Analisando a luz emitida pelo Sol, obtivemos muita informação acerca da sua composição química.
A quantidade relativa da maioria dos elementos dos condritos é quase exactamente a mesma do Sol (excepção para os gases), uma boa indicação de que estes materiais não sofreram nenhum fraccionamento químico significativo.
Combinando a informação obtida nos meteoritos, com o conhecimento da densidade do interior da Terra, conseguida pelos estudos sísmicos, foi possível não só fazer uma estimativa da composição química geral do Planeta, mas até determinar a constituição de regiões que nunca foram estudadas directamente, como o manto profundo e o núcleo.
Daí poderem ser consideradas verdadeiras "pedras de Roseta".
E o que é a Pedra de Roseta?
Fonte utilizada no post :
Uma História (breve) do Planeta Terra - J.D.Macdougall. Notícias editorial