A propagação de ondas S no núcleo interno também apoia a hipótese de esta zona da geosfera se encontrar no estado sólido, dado que estas ondas apenas se propagam nestes meios.
Assim, a 5150 km de profundidade, parte da energia das ondas P refractar-se-á, para o núcleo interno, sob a forma de ondas S, Estas ondas são de muito fraca amplitude, o que sempre dificultou a sua identificação nos sismogramas.
Contudo, Emile Okal e Yves Cansi publicaram, em 1998, um artigo no qual referem a identificação destas ondas no núcleo interno. O estudo destes investigadores baseou-se nos registos de um sismo ocorrido na Indonésia, em 17 de Junho de 1996, de magnitude superior a 6. No âmbito do controlo do cumprimento do Tratado de Interdição Completo de Ensaios Nucleares (TICE), o Laboratório de Detecção Geofísica (LDG), de Paris, desenvolveu meios técnicos de registo de ondas características de ensaios nucleares, ondas que se caracterizam pela sua baixa amplitude. Foi precisamente esta nova tecnologia utilizada pelo LDG que permitiu identificar a propagação de ondas S no núcleo interno da geosfera.
Nota : A ausência de ondas S directas para além dos 103º de distância angular não significa a ausência de propagação de ondas S no núcleo interno, porque, na descontinuidade de Lehmann (como em qualquer outra), uma onda P pode reflectir-se e/ou refractar-se em ondes P e S.
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