A descoberta das proteínasNo início do século XIX, a clara de ovos de aves, o albume (do latim
albus, branco), era um dos materiais orgânicos mais estudados.
O que mais chamava a atenção dos primeiros bioquímicos era a curiosa propriedade da clara de ovo de coagular e solidificar-se com o aquecimento. Os cientistas verificaram que certas substâncias orgânicas presentes no leite e no sangue, formadas pelos mesmos tipos de átomos que a clara de ovo (carbono, nitrogénio, hidrogénio, oxigénio e um pouco de enxofre), também coagulavam quando aquecidas. Por isso, essas substâncias foram chamadas de albuminóides, isto é, semelhantes ao albúmen.
A continuação dos estudos demonstrou que muitos constituintes importantes dos seres vivos eram substâncias albuminóides.
Num artigo publicado em 1838, o químico holandês Gerardus Johannes Mulder (1802-1880) usou pela primeira vez o termo
proteína (do grego proteios, primeiro, primitivo) para se referir a essas substâncias. Na verdade, foi o sueco Jöns Jacob Berzelius (1779-1848), um dos mais importantes químicos da época, quem sugeriu o termo a Mulder, por acreditar que as substâncias albuminóides eram os constituintes fundamentais de todos os seres vivos.
No virar para o século XX, o interesse pelas proteínas continuou a crescer. Os químicos estudaram minuciosamente essas substâncias, descobrindo que a quebra destas moléculas libertava moléculas menores, os
aminoácidos.
Por volta de 1900 já haviam sido identificados 12 aminoácidos diferentes libertados pela degradação de proteínas.
Face a estes resultados, o químico alemão Franz Hofmeister,(1850-1922) sugeriu,, em 1902,. que as proteínas eram constituídas por aminoácidos unidos entre si.
Em 1906, já haviam sido identificados 15 tipos de aminoácido liberados pela degradação de proteínas; em 1935, esse número subiu para 18 e, em 1940, chegou a 20, completando a lista dos aminoácidos presentes nas proteínas dos seres vivos.
Fonte : Amabis