Agora a aula....
Uma ponta solta que ficou por esclarecer, relativamente à importância do estudo dos meteoritos, e que nesta aula vou aproveitar para explorar.
Existem duas possibilidades iniciais para os meteoritos se formarem.
Mecanismo de formação dos meteoritos
• Inicialmente, existia um corpo celeste, que, resultando da acreção de partículas por atracção gravítica, se encontrava indiferenciado. Se este corpo se fragmentasse, os seus fragmentos revelariam essa falta de diferenciação, sendo, por isso, constituídos por um agregado de esferas. Neste caso, os meteoritos formados teriam uma composição rochosa/silicatada e uma textura em côndrulos, isto é, estávamos perante os condritos.
• O corpo indiferenciado continuou a sofrer acreção, a sua temperatura aumentou, ao ponto de ocorrer a fusão dos materiais. Neste momento vai iniciar-se uma diferenciação dos materiais por diferença de densidade. Os materiais mais densos, ferro e níquel, deslocam-se para o centro do corpo, ficando colocados mais externamente os materiais menos densos, os silicatos. Ocorreu a diferenciação deste corpo celeste.
• A sua temperatura começou a baixar, solidificando o corpo do exterior, em contacto com um ambiente mais frio, para o interior. O corpo diferenciado fragmenta-se. Os fragmentos com origem no núcleo, mais denso, têm uma composição à base de ferro e níquel - siderito. Os fragmentos com origem na parte mais externa do corpo diferenciado têm uma composição silicatada/rochosa, mas em que não é visível qualquer estrutura esférica resultante da acreção -acondrito. O meteorito tem origem na parte média do corpo celeste, ou seja, numa área que contém muito ferro e níquel, mas que contém também muito material silicatado - siderólito.
Sistema Terra-Lua, um exemplo paradigmático.
A Lua possui uma variação diária de temperatura que pode ir dos -180 °C aos +120 °C. Esta variação de temperatura pode ocasionar a fracturação das rochas, tal como acontece a um copo que sai do forno e é colocado numa superfície fria. Os fragmentos originados por esta fragmentação térmica podem deslizar pelas encostas lunares, sendo estes os únicos efeitos de alteração da superfície lunar, além dos impactos de meteoritos e seus efeitos. A ausência de alterações geomorfológicas na Lua permite que esta mantenha as características do momento da sua formação. A Terra, ao possuir agentes de erosão, vulcanismo activo, movimentos tectónicos, encontra-se em permanente mutação, pelo que não conseguimos observar as características da Terra primitiva. A Lua, pelo facto de ser contemporânea da Terra e de não ter sofrido alterações, permite-nos obter dados sobre a Terra primitiva.
Uma grande ajuda sobre a composição e a morfologia da Lua foi-nos fornecida pela ida do Homem à Lua, tendo sido possível, nessa altura, a recolha de material lunar.
Powerpoint utilizado na aula (podem consultar mais powerpoints em Slideshare)
Podem consultar os resumos e powerpoint em versão pdf na pasta seguinte.
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